terça-feira, dezembro 31, 2013

CHEGOU 2014!



Chegou 2014!

 Tange o céu as suas luas e estrelas de 2013, brando
O luar se banha no solitário crepúsculo derradeiro.
Ao pipocar dos fogos, 2014 já vem se aproximando,
No dorso de novos ventos cavalga janeiro primeiro...

 Vem contente, vem gracejando, vem cantando,
Eu, de olho naquela moça, a aspiração se junta.
A lua move-se, estremece a noite piriguetando
Vontades afloradas e concretas, eu vou à luta...
 
Três, dois, um, ufa! Outra vez eu o Sibarita abordo
Límpido, sem mácula, alvadio numa lua de sanha.
Tomo todas, ano novo sai do ninho, nada recordo,
A não ser o teu belo olhar que em Jauá se banha...
 
Vem suspirosa da boa viagem, vem depressa, arisca,
Ouça o meu canto, vem que a paixão não se arrolha.
Nos teus olhos doidos e danados a lua no pisca-pisca
Do ano novo, enquanto tu, nesse chove-não-molha...
 
Ante meus olhos uma lua molhada desce dos céus
Fogo de derramas, fogo redondo, braço de desejos,
Em tocha incendiária de coração solitário sem véus
A procura de ti no boca-de-fogo dos teus beijos...
 
Apogeu da tua turgescência, clave, delícia encadeada
Do meu desejo chamejante no teu corpo volúpia, vixe!
Tô que tô! Tomo todas sob essa lua nova despudorada,
Ao meu lado, os olhares daquela dona moça azeviche...

Sou África, nos entreolhares, viajo mundaréu e luas,
É que nos teus olhos inumanos e tentadores me perco.
Os sentidos nas nuvens, as coxas da piriguete seminuas,
Apraz! Sensualmente demoníaca, ajoelho e rezo o terço...

 Atô tô meu Pai!
Salve 2014!

O Sibarita

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sábado, dezembro 21, 2013

É NATAL!

É Natal...
 
É natal nas palafitas,
Estrelas hidráulicas
Sustentam as pontes
Que balançam aulicamente
Nas asas de todos os ventos...
 
Sob o céu de Jade,
Nos olhares quanta alegria
Escondendo a dor,
A melancolia...
 
De tamancos rachados
Correndo nas pontes
Jesus menino sangra
Fugindo da leptospirose!
 
Crianças pelos lixos
Pegando raios de esperança
Que te virá em sudário
Na flor que deságua
O manto da noite
Nos desejos de infância
Batendo como açoite.

Sobre os telhados,
Luas sazonadas
Espiam ao tempo:
Nenhuma árvore,
Nenhum presépio,
Nenhum papai Noel...
 
Com a aurora no fundo do poço o dia floresce
Na angústia dos sonhos sempre macerados:
Nem ao menos um presente, um brinquedo...
Mais um natal que chega sem enredos!
 
O natal nos alagados,
Nasce banguelo sobre os caibros.
Pela manhã, o sol chega, disfarça
Lacrimejando se joga das pontes
Submergindo nos penicos
De maré lentamente...
 
Valei-o menino Jesus!
 
Comida para baiacus,
Presente para crianças inocentes!
 
Oh! Jesus menino,
Livrai da tentação
Os vossos pequeninos!

O Sibarita
 
Nós que fazemos o Sibarita desejamos à todos um FELIZ NATAL!
 
Zé Corró
Zé Lalado
O Sibarita
 
 
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segunda-feira, dezembro 09, 2013

AFORISMO

Aforismo
 
 Meu dengo,
O bel-prazer te cobiça!
Ao amor de alente,
O teu corpo delícia,
Sutil serpente,
Dá bote no meu peito, atiça
E em gozos me vences.
 
O teu ser é estrela,
Na silhueta da lua
O que se deseja,
Tu, toda minha, nua...
 
Ao léu da lua nos véus do luar,
Palavras em sussurros
Conduzindo o tocar, o apalpar
Na ampulheta dos teus urros.
 
Doida aluada que gira o amar
Lua de abate, deliciosa,
Arisca, gemendo no desejar,
Carma de sol! Vem suspirosa...
 
Nas flamas do pensamento,
Flui o sol do teu ventre
Em quereres pretenso
Das delícias latentes...
 
O teu ventre,
Sol amaranto e coral.
Quase intimo de mim,
Dentro do peito
Uma chama intensa
Entrelaçada com a brisa
Da tua ausência...

Ô gostosa, você é a tal! (Aimôpaidocéu! kkk)

Zé Corró
 
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quarta-feira, dezembro 04, 2013

EPARREI OYÁ!

Hoje, na Bahia se comemora o dia de Santa Bárbara (Iansã).
No mercado de Santa Bárbara aqui em Salvador tem caruru para
mil pessoas. No candomblé Iansã é um Orixá é dona
dos raios, tempestades e do tempo.
A Bahia, hoje, se veste de vermelho a cor de Iansã.
 
Eparrei!
 
Eparrei Iansã! Fia, cadê você com o amuleto de Xangô?
Oyá! Fiz oferenda: Milho branco, arroz, feijão e acarajé.
Para a Deusa dos ventos, das tempestades, toco agogô
Chamando seus desejos de entregas, tô todo a migué...
 
  Ô dengo dos olhares desertos em firmamento nublado,
De joelhos, pago promessa à dona dos ventos e trovões.
Relampejou, viu dengosa? Eu tô todo avexado e retado,
Saravá! No auê dos néctares quero você na minha mão...
 
 Minha Oyá quero essa nega e com ela a vida virar ardor, 
Sem tempestades, traze-me a dona moça do casto olhar.
Piriguetezinha, cheia de nove horas, estrela e toda flor,
Aimôpai! Seu corpo: ervas omin ojú para me enfeitiçar...

 Ô mãe! Seu nego aqui tá todo porreta na boca de espera
Tá piripicado, farei mil e um agrados, viu? Vá imaginando
Bom, né? Você toda entregue, bem assim, safadinha, fera.
Mas, você não é cobra, é? E por que quer vir rastejando?
 
 Venha mainha, meu amor, minha bulimia, minha sede,
O seu nome tá desfraldado no andor, esplendor ao léu.
As flamas: vaidade da sua carne desnudada numa rede 
É carne na carne: erupções em lavas de gozos, ó céus...
 
Oyá, Oyá, olha ê!
Olha a Matamba de karoká zingue
Oyá, Oyá, Olha ê!
Olha a Matamba de Kakoká zingue ô
 
O Sibarita
 

Baianês:

 
Eparrei Iansã e Oyá – Saudação a Iansã em Iorubá

A migué – A vontade, sem compromisso.

Dengo – Chamando a mulher que se quer carinhosamente.

Dengosa – Mulher que faz muitos agrados ao seu homem.

Avexado, retado – Homem agoniado, não quer perde tempo.

Saravá – Bem vinda (o).

No auê – No amor.

Piriguetezinha – Mulher danada, mulher delícia.

Aimôpai – Ai meu pai.
Omin Ojú - Tipo de erva que Iansã gosta.
Ô mãe - Ô mulher.

Seu nego aqui tá todo porreta na boca de espera – Seu homem está todo bonito na espera.

Tá piripicado – faça fé, acredite.

Toda entregue – Toda desejosa.
Todinha fera - toda Gostosa, toda boa.
Venha mainha - Venha meu amor.
 
O Sibarita